Crise no autismo ou seria uma birra?

Imagem de folhas de araucária queimando, com chamas e pedaços do tronco exposto, representando como fica internamente uma crise no autismo.

A crise no autismo é sinal de que sua criança está inflamada e desregulada e você vai entender porquê.

Por dentro ele está inflamado, queimando. Assistir a isso causa uma dor, uma sensação de impotência, uma vontade de puxar-lo para fora daquela situação, mas esta é a grande diferença entre uma birra e uma crise.

Existe algo mais que tira o chão dos pais do que uma crise? Há algo que se possa fazer durante uma crise no autismo?

Presenciar uma crise de um autista é como passar um trator por cima da pessoa. Uma crise de uma pessoa com autismo, quando acontece com alguém tão querido e próximo como um filho ou filha é absolutamente devastador. Assistir uma crise no autismo e não saber como ajudar é de um sofrimento indescritível. Abaixo vou te apresentar a minha perspectiva.

Segredos escondidos em uma crise no autismo

Um dos grandes problemas das crises, é a tempestade de substâncias que são secretadas no sangue, que ficam circulando depois e podem ser facilitadores para uma nova crise justamente porque o corpo literalmente "inflamado e irritado" gerando um ciclo vicioso de novas crises em sequencia que vão ser gatilhos para novas crises. Um ciclo vicioso.

As crises liberam além de cortisol, que é o hormônio do estresse, liberam também citocinas inflamatórias, uma tempestade delas. Isso combinado com a reduzida capacidade de detox encontrada frequentemente nos autistas, mantém estas toxinas e hormônios secretados circulando e então, adivinha o que acontece? Mais crise no autismo! Porquê?

Porque inflamação gera irritação!

Porque inflamação gera irritação que desregula e destempera a criança no sentido dela perder a temperança. Ela queima por dentro e então ela explode por fora. Não é objetivo nesta postagem aprofundar em conteúdos técnicos de especialidades médicas, mas a neuro inflamação merece um post completo. Assim vou abordar a questão da crise no autismo pela visão de pais, como eles podem atuar e agir de forma a quebrar este círculo vicioso e ir para um virtuoso.

Apenas gostaria de alertar que este círculo vicioso é extremamente extenuante para a criança e também para a família. Infelizmente, quando a família alcança um ponto de esgotamento, muitas crianças com crises são encaminhadas para a psiquiatria e recebem medicações que ainda não são aprovadas para uso em crianças. Os médicos, sabendo do malefício que as crises causam no corpo destas crianças estão querendo, com a maior boa intenção auxiliar aqueles que lhe chegam. Mas estes profissionais maravilhosos não fazem milagres. Não existe uma pílula mágica para acabar com o autismo e deixar a criança típica novamente. Não existe uma pílula mágica para acabar com as crises. Eles são humanos e com os recursos limitados que tem, fazem o melhor que podem. Os médicos tem todo o meu respeito e consideração.

Dessa forma, trago aqui a minha experiência pessoal de crises no autismo e outras mais com a intenção de expandir os horizontes.

Minha experiência com crises

Um pouco da minha experiência: Eu cresci assistindo crises epiléticas. Não estou aqui querendo comparar uma crise do autismo com uma crise epilética, eles são diferentes em muitos aspectos e similares em outros. Só peço que continue a leitura para entender a minha experiência e depois me conte nos comentários se foi útil para você.

Meu irmão caçula, apenas 10 meses mais novo que eu tinha epilepsia refratária. Na época eu não entendia o que isso queria dizer, mas ele passava muito tempo comigo já que éramos só nós dois e eu pude presenciar centenas de crises. Epilepsia refratária é uma epilepsia de difícil controle, como era a do meu irmãozinho. Nos anos 70 do século XX, não haviam muitas medicações para as crises, então meus pais pediam a amigos e parentes que viajavam ao exterior para trazerem medicações que aparentemente estavam fazendo sucesso lá fora. Sempre com indicação médica. Ele tomava 2, 3, 5 medicações diferentes por dia e as crises continuavam. Então eu estava lá, ao lado dele, assistindo tudo aquilo e tentando fazer algo para ajudar.

As crises tem padrões?

Eu observava alguns padrões sutis nas crises dele. Sempre antes de uma crise a expressão dele mudava. Eu passava muito tempo com ele e assim, só de olhar para ele eu já sabia que estava vindo uma crise. E sim, eu acertava, instantes depois eu já estava assistindo mais uma delas. Nestes momentos uma explosão de impotência acontecia dentro de mim! Meu querido irmãozinho caçula ali estava, tendo aquela reação na minha frente e eu nada podia fazer. O terror de assistir aquilo frequentemente foi me chamando a atenção para o que acontecia antes. Como eu poderia evitar que aquilo acontecesse novamente?

E fui vendo que, com uma frequência muito grande, haviam situações que ele tinha dificuldade de lidar e que lembravam uma situação anterior que ele também teve dificuldade de lidar e ele acabou tendo uma crise. Era como se o cérebro dele fechasse curto-circuito para apagar uma situação ou emoção que ele não tinha conseguido lidar e cada vez que uma situação despertava uma emoção parecida, aquela lembrança era acionada e o cérebro fechava um curto-circuito.

Desta forma eu via que antes das crises, uma situação de não ser entendido, não ser atendido, ser contrariado, ou uma sobrecarga sensorial estava presente. Isso foi me ajudando a conversar com ele, distrair meu irmãozinho daquela situação ia ajudando a ter menos crises dele para assistir.

As crises no autismo

Voltando para o presente, eu pude observar também que nas crises no autismo de meu filho acontecia algo parecido. Antes de uma crise, sempre havia um episódio dele não se comunicar, não se sentir entendido, a sensação de que iria reviver uma experiência ruim ou uma sobrecarga emocional eram o gatilho que faziam uma crise acontecer. Isso foi apurando o meu olhar de forma que desenvolvi estratégias para que ele não entrasse em crise.

Abrindo um parênteses aqui: o eletroencefalograma / mapeamento cerebral de meu filho desde pequeno apresentava moderados sinais disfuncionais, inespecíficos, difusos; como os sinais encontrados no mapeamento de crianças que tem convulsões. Felizmente, meu filho nunca chegou a ter uma convulsão, graças à forma que eu observava e abordava as prévias de suas crises.

Assim, esclarecidos estes pontos, vamos ao assunto dessa postagem: Crises no autismo ou seria uma birra?

Uma birra passa!

Uma birra passa quando a criança recebe o que quer. Tende a acontecer quando a criança ou jovem se sente contrariada e assim usa deste artifício como uma criança típica também faz. As crianças até uma certa idade tendem a ter este comportamento egocêntrico e a birra é uma forma de mostrar que não está satisfeita com uma situação ou condição, e, na falta de melhores argumentos, então usa esta estratégia para obter o que deseja.

Uma crise no autismo não passa.

Nada que os pais, família, pessoas próximas façam ajuda a passar. Existe uma tempestade de bioquímicos sendo liberados no sangue que tendem a permanecer e a facilitar acontecer uma nova crise na sequencia.

Durante a crise no autismo, com uma grande dor vemos que a criança ou jovem mesmo que receba o que desencadeou a crise não consegue parar. Algo escapa de seu controle. Existe a liberação de diversos compostos no sangue que fazem aquela condição perdurar.

Uma crise dá sinais

Um observador mais atento pode perceber mudanças na fisionomia da criança antes que uma crise exploda. Pode ajudar neste momento pedir ajuda da criança, explicar que está percebendo que algo a está incomodando, que algo está acontecendo. Pedir para ela para explicar melhor!

Meu filho não é verbal, como controlo suas crises no autismo?

Assim como meu filho antes de começar os programas de organização neurológica (várias atividades que fazem com que o cérebro da criança retomem o desenvolvimento típico) também não era verbal, se sua criança não for verbal, existem formas de abordar sua criança de forma que ela consiga se expressar em um momento pré crise.

Antes da crise em si acontecer, sua criança será capaz de se comunicar com você mesmo ela não sendo verbal. Você sabe que ela está com frio, com sede ou com fome, mesmo ela não falando, certo? Então você vai desenvolver algumas novas formas de se comunicar, recursos da comunicação alternativa para que sua criança comunique com você a necessidade dela naquele momento.

Uma das formas que usamos (até que a criança desenvolva a fala), é fazer uma pergunta e apresentar para ela duas palavras sim e não, para que ela possa escolher entre elas, e continuar perguntando de forma que ela escolha entre o sim e o não até que você consiga entender o que ela está querendo.

O programa de Leitura é uma excelente ferramenta para isso, pois está associado a momentos de descontração e prazer para a criança e pode dar um conforto para elas ao verem uma palavra conhecida e que pode ser usada nessa ocasião para explicar o que a criança quer.

Meu filho tem ecolalia, como eu faço?

Para crianças já verbais, pode ficar mais confuso pedir para a criança falar, as crianças com ecolalia tendem a falar assuntos específicos e não responder perguntas diretas. Para elas, você pode também tentar o recurso do sim e do não até chegar onde a criança quer. Elas vão tender a fugir do assunto que a está incomodando? Sim, vão, este assunto, tema ou situação realmente as incomoda e ela vai tentar escapulir. Se for este o caso, vá conversando, perguntando rodeando até conseguir.

O que faço durante a crise?

Ajude-o a respirar! Respirar, oxigenar o corpo faz um benefício extraordinário. Um dos programas que temos para ajudar na organização é respiração.

O outro é oferecer um copo de água. Ao engolir a água ela precisa organizar a respiração para não engasgar, vai ajudar com a primeira dica acima.

Algo a fazer fora da crise?

No mais, invista em recursos que vão ajudar o desenvolvimento a acontecer. Quando o desenvolvimento acontece, as crises naturalmente vão se espaçando mais.

Conheça o curso O Caminho da organização neurológica! Você vai ter acesso a práticas e conteúdos que há décadas vem trazendo resultados no desenvolvimento das crianças.

O curso tem um módulo exclusivo Crescimento Social, com 10 recursos práticos para gradualmente ir entendendo melhor sua criança e consequentemente fazer com que ela se comunique melhor, entenda o ambiente, e saiba se comportar.

Antes de terminar quero te explicar a foto desta publicação: durante uma crise, a sua criança ou seu jovem está assim por dentro: inflamado, queimando descontroladamente. Salve esta imagem em sua mente e se lembre dela quando vir uma criança autista tendo uma crise.

Atenção: Este é um texto de opinião e experiência sobre crises no autismo. NÃO substitui aconselhamento médico, terapêutico ou de profissional da saúde. NÃO se destina a substituir o aconselhamento, o diagnóstico ou o tratamento médico e nutricional. Sempre procure a orientação do seu médico, terapeuta ou nutricionista com quaisquer perguntas que você possa ter sobre uma condição médica ou nutricional, respectivamente.

Autismo e fala: como ajudei a desenvolver a fala

mulher segurando livro para uma criança que está lendo

Como eu ajudei a desenvolver a fala do meu filho com autismo, através de atividades feitas em casa. Sim, este texto foi escrito por uma mãe, que tinha um filho autista não verbal até os 6 anos e maio, mas que descobriu e usou os recursos da Organização Neurológica para fazer o desenvolvimento de sua criança acontecer.

A fala é um processo muito mais complexo e sofisticado do que a simples emissão de um som. A grande maioria dos bebês nasce já emitindo um som ao nascer que evolui para o choro. Contudo, se estes sinais de comunicação não estiverem presentes, é urgente uma consulta a um profissional de saúde.

A comunicação do bebê

Deste choro inicial, choros diferentes vão se diferenciando, como choro de fome, choro de frio, choro de calor, choro de fralda molhada ou suja, e cada mãe logo começa a perceber a diferença entre estes sons. Quem nunca ouviu uma mãe dizer "Isso é choro de fome!"?

Isso já é desenvolvimento de linguagem do bebê, e sim, ficamos orgulhosas quando isso ocorre! Para o bebê, alcançar este desenvolvimento é a certeza de ser atendido mais rapidamente.

Pelo entendimento da Organização Neurológica, se o bebê é capaz de emitir 2 sons distintos usados em situações diferentes para expressar coisas diferentes, este bebê é capaz de se comunicar e desenvolver esta comunicação, sim!!!

Evoluindo a comunicação com a idade

Com o passar do tempo, o bebê vai aumentando as variações da forma de se expressar, reduzindo o choro e substituindo por novos sons. Enquanto isso vai aumentando com o passar do tempo isso é um ótimo sinal.

Mas cada criança se desenvolve em seu próprio tempo, então, do nosso ponto de vista, se a criança não alcançou a habilidade de se comunicar como crianças de sua idade, é momento de estimular de uma forma mais consistente a criança. Quanto mais cedo isso for feito, maiores as chances de sucesso no desenvolvimento da comunicação da criança.

Hoje, felizmente muitos profissionais já reconhecem a importância da intervenção precoce, e isto cada vez mais se mostra valioso para a criança e a família.

Na época que meu filho era pequeno, isso ainda não era discutido. O que mais eu ouvi foi, "cada criança tem seu tempo, vamos aguardar o tempo dele". Isso me custou a oportunidade de ajudar a desenvolver a fala na época em que o cérebro tem sua melhor janela de oportunidade para o desenvolvimento. Hoje eu vejo que o quanto ante se começar a estimulação com maior frequência, maior intensidade, e uma duração reduzida, maior e mais rápido acontece o desenvolvimento da fala da criança.

Autismo e a fala de meu filho

Com meu filho foi assim. Ele já estava com 6 anos e meio e já tinha passado por 5 fonoaudiólogos por períodos diferentes, além de uma especialista em quirofonética da antroposofia. Mesmo assim ele não produzia sons que pudessem ser trabalhados para o desenvolvimento da fala segundo estes especialistas.

Então em minhas buscas pela internet, eu conheci os trabalhos de Glenn Doman, devorei os livros em poucas horas: "O que fazer pela criança", e "Como ensinar seu bebê a ler". Glenn Doman foi o fundador do IAHP de Philadelphia e seus trabalhos deram origem a diversos métodos de estimulação baseados em suas observações e trabalhos desenvolvidos. Dentre os métodos se destacam o próprio Método Doman, o Método Véras, Método Filadélfia, Método Padovan, dentre outros.

Estimulando consistentemente a fala, o segredo de como eu ajudei a desenvolver a fala do meu filho com autismo

Então, meu filho não falava até os 6 anos e meio. Como eu ajudei o desenvolvimento da fala: Com base nos ensinamentos do livro "Como ensinar seu bebê a ler", eu fiz algumas dezenas de cartões de palavras, e comecei a apresentar para ele como explicado nesta postagem aqui: https://neuroganho.com.br/blog/2019/01/11/como-ensinar-seu-bebe-a-ler-sobre-o-livro-de-glenn-doman-etapa-1-palavras-simples/

Eram sessões repetidas 3 vezes ao logo do dia, com 5 palavras em cada sessão. Comecei com um conjunto de palavras, depois adicionei outro e mais outro, ficando com 3 conjuntos ou categorias de palavras. Com 2 meses de estimulação feita por mim, em casa, começou a repetir baixinho as palavras que eu estava apresentando para ele. Apresentando palavras, como assim Ana? Eu estava apresentando as palavras em um dos programas para a estimulação da fala: o programa de leitura. Qual o segredo deste resultado? Um programa apresentado de forma consistente ( frequência intensidade e duração adequadas)!

Assim, apresentando palavras com alegria elogiando a cada término de sessão, foi como eu consegui estimular a desenvolver a fala do meu filho com autismo.

Eu não estou sozinha! Mães ajudam a desenvolver a fala

Já vi isso acontecer com muitas mães e posso dizer que acontece com muito maior frequência do que as pessoas podem imaginar. Assim como eu ajudei a desenvolver a fala de meu filho autista, conheci muitas mães que também conseguiram estes resultados com seus filhos com autismo, com síndrome de Down, e até com paralisia cerebral.

Faça como nós! Apresente as palavras para sua criança como se entregasse a ela um presente, sem cobrar. Elogie muito a cada apresentação, pois isso fortalece o prazer em cada sessão de leitura. Fortalece o vínculo entre vocês. A alegria na apresentação do programa é a chave do aprendizado.

O tempo de estimulação para que cada criança comece a produzir o que chamamos de sons significativos varia de criança para criança, depende de suas condições físicas. Se ela toma ou não medicações que interferem no funcionamento do cérebro, depende de sua condição de saúde, inflamação, alergia, intoxicação. Todas as comorbidades podem estar associadas à estas condições e complicando os quadros de autismo.

Apenas gostaria de acrescentar que os períodos em que os ganhos podem ser notados são períodos que geralmente variam em múltiplos de 3 meses, pois estes ciclos de maturação e organização neurológica ocorrem respeitando os princípios da neurogênese que costumam variar de 8 a 12 semanas a cada ciclo.

Mas nunca vi uma mãe que se dedicou por tempo o suficiente se arrepender.

Não!!! O que acontece é justamente o contrário: mães empolgadas e felizes, querendo fazer mais e mais para ajudar a acontecer o que deveria acontecer: o desenvolvimento de sua criança. Sim, assim como eu ajudei a desenvolver a fala do meu filho autista, eu como elas também queria fazer mais por meu filho.

Fala e alfabetização

Também vemos crianças autistas que falam, mas que tem dificuldade de alfabetização pelos métodos tradicionais. Crianças que podem até ter recebido o diagnóstico de deficiência intelectual começarem devagarinho com o programa de leitura e então se tornarem leitores.

Gostaria de comentar aqui que esta leitura vai acontecer de acordo com a oportunidade que a criança teve de ter aceso às palavras. Se ela pode conhecer por volta de 5 palavras, é considerado sucesso se ela ler estas palavras. Se ela teve oportunidade de conhecer 50 palavras, ela deve ser capaz de ler estas palavras após o ciclo de estimulação de cada palavra.

Muitos críticos ao método dizem que a criança não foi alfabetizado porque se ela foi apresentada à palavra espelho então deveria ser capaz de ler espelhamento por exemplo. Isso vai acontecer mais à frente, depois que a criança tiver tido acesso a um maior número de palavras de forma que ela mesma possa ser capaz de fazer estas deduções.

Neste poste aqui eu explico com mais detalhes a fase 1 do programa de leitura: como ensinar palavras simples: https://neuroganho.com.br/blog/2019/01/11/como-ensinar-seu-bebe-a-ler-sobre-o-livro-de-glenn-doman-etapa-1-palavras-simples/

O desenvolvimento da escrita

A escrita é uma função motora que necessita de desenvolvimento de coordenação motora fina, e oportunidades para este desenvolvimento. Então nada de achar que porque uma criança consegue ler algumas palavras, ela vai conseguir escrever-las. Isso é injusto. Antes de conseguir escrever ela precisa desenvolver oposição cortical, ou seja, a capacidade de pegar objetos usando o polegar. Precisa desenvolver o movimento de pinça, o uso de tesoura, e para isso as atividades de tato e jogos com tampinhas, moedas, argolas todos são muito importantes antes de se colocar um lápis nas mãos da criança.

Aquela premissa: "uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa" é muito verdadeira neste caso.

Da mesma forma não se deve cobrar de uma criança que está lendo palavras, a capacidade de escrevê-las.

Consegui explicar minha experiência para vocês? Por favor comentem abaixo o que acharam e se tiveram alguma dúvida ou quiserem esclarecimento em algum ponto, solicite nos comentários que terei maior prazer de aprofundar.

Se desejar ajuda com a estimulação de sua criança através do programa de Leitura, então conheça a solução da Neuroganho, que criou uma ferramenta para transformar esta estimulação de sua criança em uma experiência lúdica e divertida.

Neuroganho tem ferramentas prontas para você começar ja!

E tem mais! Se você quiser mais recursos e ferramentas para ajudar a fazer o desenvolvimento de sua criança acontecer, tenha ela um desenvolvimento atípico ou um desenvolvimento típico, conheça o Caminho da Organização Neurológica, são muitas estratégias para fazer o desenvolvimento das crianças acontecer de uma forma eficiente, lúdica e divertida, que passa pelo ambiente de sua casa, a alimentação, e muitas formas de estimular o desenvolvimento e dar oportunidades para que o desenvolvimento aconteça!

Além destes estímulos, conheça os cuidados e formas eficientes de estabelecer uma comunicação de sucesso com sua criança! Conheça também como levá-la a obter um crescimento social eficiente, de forma que ela possa entender os ambientes e se comportar adequadamente.

Quer saber mais, como eu ajudei o meu filho com autismo a desenvolver a fala? Eu explico isso com mais detalhes na postagem abaixo, e te convido a conhecer o Caminho da Organização Neurológica:

Em tempo: Os Institutos Véras citado nesta postagem tiveram uma reestruturação da diretoria, do corpo de profissionais com alteração de linha terapêutica e não trabalham mais com o Método Doman / Véras.

Epigenética: Passo 1 do Autismo

passo1AutismoV Nesta semana do autismo em 2019, Dra. Tielle Machado nos presenteou com lives falando de seus estudos sobre o Autismo. Nós do Neuroganho somos fãs do trabalho dela e comungamos dos mesmos entendimentos sobre como o Autismo deve ser abordado. Assim, uma vez que o conteúdo foi muito significativo, mas a live não está mais disponível para ser assistida, tomamos a liberdade de compartilhar este breve resumo que fizemos de cada um dos passos: Passos para desvendar o quebra-cabeças não só do autismo, mas também de outras síndromes que tem comprometimentos neurológicos: Passo 1: Genética é importante mas epigenética é mais importante! O que é epigenética? Epigenética é a possibilidade de “ligar” ou “desligar” um gene através de intervenções ambientais: A alimentação, a exposição à poluição, o uso de drogas, a prática de exercícios, dentre outros fatores ambientais podem servir para alterar algumas funções dos genes, deixando "marcas epigenéticas". Exemplo prático: Alguém que não tem diabetes na família, se comer só carboidratos, pode ficar diabético. Da mesma forma, um diabético que fizer a dieta com restrição de carboidratos, cetogenica, lowcarb ou alguma outra pode ter muitos ganhos até baixar sua glicose. Alterações na dieta funcionam em muitos casos de pessoas com autismo e outras síndromes que tem comprometimento neurológico. Cortando alguns alimentos, a melhora é perceptível. Aqui aproveitamos para agregar os conhecimentos dos Institutos Véras, responsáveis no Brasil pela avaliação das crianças e jovens, e prescrição do programa de organização neurológica. Pelo programa de organização neurológica, estas intervenções incluem retirar da alimentação tudo que inflama o cérebro: glutamato, adoçantes artificiais, corantes artificiais, aromatizantes artificiais, conservantes artificiais, etc Aqui também aproveito para agregar outros conhecimentos da medicina ortomolecular / integrativa: substituir panelas de alumínio para quem tem elevação de alumínio,  observar se há ingestão de chumbo, arsênico, formaldeído e todos os outros químicos neurotóxicos. Se possível suspender produtos OGM e com agrotóxicos. Estes pontos são tão importantes que retornam no passo 4: no controle da neuro-inflamação. Aqui faço uma homenagem aos pais, mães e familiares de crianças e jovens com autismo e outros comprometimentos neurológicos. Seu trabalho de detetive para juntar as peças do quebra-cabeças é fundamental para o sucesso do desenvolvimento de sua criança. Nas próximas postagens abordaremos cada um dos passos seguintes para ganho de qualidade de vida das pessoas com autismo e seus familiares. Lembramos que qualquer intervenção  nutricional deve ser acompanhada por profissional habilitado responsável. Esta postagem é apenas informativa e não substitui qualquer tratamento, aconselhamento ou acompanhamento por profissional qualificado. Procure seu profissional de confiança.  

Noites de sono reparador

close up photography of woman sleeping
Foto por bruce mars em Pexels.com
Este costuma ser um desejo de mães e pais de autistas. Só que a realidade é muito diferente. Muitas crianças autistas passam noites em claro, e suas valorosas mães e pais juntos, vigilantes. Os pais tem razão ao desejarem esta noite de sono reparador para todos. Segundo dr. Lair Ribeiro, uma noite de sono reparador seria o mais importante para termos saúde e qualidade de vida. Só que os pobres pais no dia seguinte, após passarem a noite em claro com sua criança,  precisam de trabalhar, tem uma vida cheia de compromissos e seu rendimento fica comprometido por não conseguir dormir. Da mesma forma, a criança tem seu desempenho em terapias, e atividades escolares comprometido, podendo comprometer até mesmo a capacidade de aprendizado e de reter informações, uma vez que é durante o sono que o aprendizado é gravado no cérebro. Antigamente se achava que a inteligência era um dom de nascença, que se herdava dos pais. Na realidade filhos de pais inteligentes são mais inteligentes, mesmo quando o filho é adotado. Assim se descobriu que o ambiente é responsável pelo desenvolvimento da inteligência, conforme o professor Pierluigi Piazzi. Também o autismo dizem ter causa genética, em 25% dos casos, logo, em 75% dos casos, a causa é ambiental, assim, ao melhorarmos o ambiente, melhoramos não só qualidade de vida das crianças como também da família. Então vamos à algumas medida práticas que podem começar desde já a fazer diferença na sua vida e de sua criança: - Luzes: precisam ser apagadas no horário de dormir, até mesmo aquelas de standby. A Melatonina é um hormônio que só é secretado pela pineal na ausência de luz. Ela faz a regulação do relógio biológico, fazendo que tenhamos sono à noite e disposição pela manhã. Usar dispositivos, telinhas ou telões à noite é um dos grandes responsáveis pelas noites mal dormidas. Não adianta ficar com a tv acesa. Suplementar melatonina pode ajudar apenas na fase inicial do sono, mas a criança pode acordar pouco tempo depois. O uso de hipnóticos ou remédios para dormir, reduz a qualidade do sono e as pessoas acabam acordando mais cansadas no dia seguinte, não conseguindo o desejado sono reparador. Soneca à tarde? No máximo 30 minutos, senão vamos ter mais noites em claro, afinal quem dorme durante o dia fica acordado à noite. Alimentação: é uma das grandes chaves para ganho de qualidade de vida em TEA, SD e TDAH. Algumas pessoas que dizem que não há evidências científicas sobre o impacto da retirada do glúten e da caseína em autistas, se baseiam em estudos que foram feitos por 6 ou 8 semanas que não são suficientes para apresentar resultados significativos, além do que a reintrodução do alimento anula completamente os ganhos. Que tal experimentar com acompanhamento de um nutricionista? Os resultados podem surpreender. Existem produtos alimentícios, que são vendidos geralmente em supermercados, manipulados pela indústria alimentícia e que não são alimentos.  Estes produtos que vem em saquinhos, caixas e que contém vários ingredientes, como glutamato, realçadores de sabor, adoçantes, corantes artificiais, aromatizantes artificiais, conservantes artificiais, são venenos para nossos filhos. Corte imediatamente da sua casa, vai ser ótimo para todos. Eles inflamam o cérebro tornando a criança ansiosa, agitada e agressiva. Prefira alimentos de verdade, comprados em sacolões. - Exercícios físicos são fundamentais, caminhe com sua criança em uma praça, parque ou lugar aberto durante o dia. Correr melhor ainda, qualquer coisa que gaste energia antes de escurecer. - Escureceu? Apague todas as luzes, inclusive aquelas de Standby dos aparelhos. Pode colocar no máximo uma musica instrumental, relaxante de fundo, no escuro, bem baixinha, tipo aquelas de meditação ou que estimulem o relaxamento e acalmam. Uma ótima noite de sono reparador para todos. Abaixo bibliografia de referência sobre este assunto. Comprando estes livros pelos links abaixo você ajuda o desenvolvimento da plataforma Neuroganho. Para você e seu filho que já estão tendo boas noites de sono reparador, oferecemos a plataforma Neuroganho para  ensino de leitura e matemática para crianças e jovens típicos e atípicos, leia nosso artigo sobre o método Doman: Como ensinar seu bebê a ler, sobre o livro de Glenn Doman etapa 1: palavras simples Gostou? Curta, comente e compartilhe, ajude-nos a trazer mais qualidade de vida para mães, pais e suas crianças.

Questionário ATEC: Estudos confirmam a validade

Túnel com vista lateral para o céu.
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Agora em 2018 tivemos uma ótima notícia! O questionário ATEC, desenvolvido há duas décadas atrás e  preenchido pelos próprios pais para avaliar o desenvolvimento das crianças foi considerado válido em um estudo conjunto de três instituições de respeito ao mesmo tempo:

1Boston University, One Silber Way, Boston, MA 02215, USA

2ImagiRation LLC, 9 Michael Rd, Boston, MA 02135, USA

3Autism Research Institute, 4182 Adams Avenue, San Diego, CA 92116, USA

 

Estudo indexado PubMed, publicado em 16/02/2018

Este estudo avalia a importância das intervenções precoces, além de validar o questionário preenchido pelos próprios pais, periodicamente. Não só valida os resultados observados pelos pais, bem como considera uma ferramenta para redução no custo dos estudos clínicos, além de permitir estudos mais amplos com maior número de participantes.

Este estudo contemplou as respostas enviadas voluntariamente entre 2013 e 2017, então estamos falando de vários anos contemplados.

"A avaliação regular da dinâmica dos sintomas em crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) participando de um ensaio clínico tem sido um desafio de longa data. Primeiramente é importante destacar um obstáculo comum nesses esforços é a disponibilidade de técnicos treinados necessários para conduzir uma avaliação rigorosa e consistente das crianças em vários momentos [1,2]. A lista de verificação de avaliação do tratamento do autismo (ATEC) foi desenvolvida para fornecer um método gratuito e de fácil acesso para os cuidadores acompanharem as mudanças dos sintomas de TEA ao longo do tempo [3]."

O que é o questionário ATEC?

ATEC é um questionário para ser respondido pelos pais, para que eles acompanhem as mudanças dentro da evolução dos sintomas apresentados pelas pessoas que tem TEA, tornando-a útil no rastreamento da eficácia de um tratamento.

Da mesma forma, para os pais, pode sinalizar se um determinado tratamento está apresentando resultados satisfatórios.

O ATEC é dividido em quatro partes:

(1) Fala / Linguagem / Comunicação,

(2) Sociabilidade,

(3) Sensibilidade Sensorial / Cognitiva e

(4) Saúde / Físico / Comportamento.

"Essas quatro subescalas são usadas para calcular um escore total que varia de 0 a 179. Um escore mais baixo indica sintomas mais leves de autismo, TEA e um escore mais alto se correlaciona com sintomas mais graves de autismo ou TEA [3]. Assim estas subescalas fornecem aos pesquisadores as informações sobre áreas específicas de comportamento que podem mudar com o tempo."(1)

Então as famílias podem além de colaborar com a pesquisa, podem ter acesso imediato à pontuação do questionário ATEC de sua criança. O Autismo é dividido em 3 graus:

Grau de autismo

Leve

Moderado

Severo

Pontuação

Até 50 pontos

de 51 a 99 pontos

Acima de 100 pontos

Estudos que usaram o questionário ATEC para medir os resultados

Vários estudos sobre os sintomas associados ao autismo usam o ATEC, para avaliação dos resultados, considerando o "alto nível de consistência interna" e "alta confiabilidade". Conheça os estudos:

"Um estudo conduzido por Magiati et al. Avaliou a capacidade da ATEC de medir longitudinalmente as mudanças no desempenho dos participantes [7]. O estudo utilizou a ATEC para monitorar o progresso de 22 alunos em um período de cinco anos. Assim o escore ATEC foi comparado com as métricas cognitivas, de linguagem e de comportamento específicas para a idade, como o Wechsler Preschool e Primary Scale of Intelligence. Os pesquisadores notaram o alto nível de consistência interna da ATEC, bem como uma relação altamente correlativa com outras avaliações padronizadas usadas para medir as mesmas capacidades em crianças com TEA [7].

Charman et al. utilizou a ATEC entre outras medidas no teste da viabilidade de questionários ATEC administrados pelo cuidador para rastrear mudanças longitudinais em crianças e observou efeitos diferenciais em subescalas de ATEC nos dados coletados, possivelmente impulsionados por subescalas focadas no desenvolvimento vs. focadas no sintoma [8].

Da mesma forma, outro estudo que avaliou a capacidade de intervenção dietética para afetar os sintomas de TEA também utilizou a ATEC como medida primária [9], concluindo que ela tem “alta confiabilidade geral” associada a uma facilidade de acesso. Whitehouse et al.

Mais estudos científicos usando o questionário ATEC

O questionário ATEC vem sendo usado como um desfecho primário para um estudo controlado randomizado de sua intervenção baseada em iPad para ASD chamado "Therapy Outcomes by You" (TOBY) [10]. Este ensaio foi realizado ao longo de um período de seis meses, com avaliações de resultados nos pontos de tempo de 3 meses e 6 meses. Embora o estudo não tenha demonstrado diferenças significativas nos escores do ATEC entre os grupos de teste, os pesquisadores reafirmaram seu uso do ATEC, observando sua “consistência interna e validade preditiva adequada” [10]. Igualmente, estes estudos apoiam a viabilidade da ATEC como uma ferramenta para a medição longitudinal da gravidade da DEA, que pode ser um instrumento vital no acompanhamento das alterações dos sintomas durante um ensaio clínico.

O atual estudo observacional foi iniciado há quase duas décadas, quando um dos autores (Dr. Steven Edelson do Autism Research Institute) distribuiu o questionário ATEC para pais de crianças com ASD. Inicialmente, as avaliações da ATEC foram distribuídas como cópia impressa. Em 2013, a versão online do ATEC foi desenvolvida."(2). 

O que fazer com o ATEC?

Não se preocupe com o resultado do primeiro questionário ATEC que você fizer. Guarde-o como referência. A recomendação é repetir o preenchimento do questionário ATEC a cada 3 meses. Dessa forma você pode ir acompanhando a redução deste resultado.

Se por algum motivo, você achar que o está muito lento ou que nada está mudando, eu quero te fazer um convite. Eu consegui reduzir o ATEC do meu filho que tinha autismo severo com ATEC 163 para atualmente ATEC 47.

Então, se você quiser conhecer um método que ajuda a reduzir o ATEC das crianças e jovens com autismo, em sua casa, existe o método da Neuroganho que comprovadamente pode te ajudar. Eu criei este método juntando o melhor de diversos métodos que pesquisei, recursos que deram resultado para meu filho assim como já ajudei diversas outras famílias a estimular o desenvolvimento de suas crianças, criando um método para ser feito em casa pelos pais e junto uma plataforma online para que as famílias possam estimular o desenvolvimento de suas crianças em casa.

Enfim, se você familiar desejar avaliar como está hoje a pontuação através do questionário ATEC , segue o link do questionário ATEC, do Autism Research Institute

(1) e (2): trechos do estudo.

Imagem: Pixabay / PIRO4D

Fonte: https://www.autism.com/ind_atec_report

Se você fez o questionário ATEC e não está vendo melhoras no desenvolvimento de sua criança, te convido a conhecer o método que desenvolvi, pegando o melhor de décadas de estudo, pesquisa e estimulações práticas onde consegui o resultado de retirar meu filho de um autismo severo para um autismo leve, em constante diminuição. Dessa forma eu acredito que posso te ajudar a reduzir o ATEC de sua criança. Conheça o método.