No passado acreditava-se que o desenvolvimento cerebral era predestinado e inalterável, determinado pela genética. Pais inteligentes teriam filhos inteligentes, mesmo que estes filhos fossem adotados. Assim se descobriu a importância do ambiente para estimulação do desenvolvimento da criança.
Felizmente hoje já está documentado a existência da formação de novas conexões no cérebro formadas a partir de estimulação. Isso se chama neuroplasticidade e que este desenvolvimento de novas conexões é estimulado pelo ambiente em que a criança vive.
O Perfil de desenvolvimento humano detalha a etapas para o desenvolvimento neurológico humano, sensorial e motor, e define estágios em relação às áreas do cérebro que estão sendo desenvolvidas em cada etapa.
A evolução destes estágios em relação ao tempo é variável e dependente, de cada criança, como também não só de fatores genéticos, mas sim da freqüência, intensidade e duração dos estímulos enviados ao cérebro pelo meio ambiente da criança. No programa de desenvolvimento neurológico é vital a participação da família, para fazer acontecer o que ainda não está acontecendo no cérebro destas crianças.
Nas pesquisas dos Institutos, verificou-se que todos os recém nascidos percorriam o mesmo caminho para o desenvolvimento humano.
Pesquisadores então olharam para crianças com desenvolvimento atípico e com o cérebro comprometido e perceberam que todas as crianças iam até um ponto do desenvolvimento normal e paravam, outras regrediam ou não conseguiam atingir este desenvolvimento, nem ultrapassar determinados pontos.
Concluíram que para haver um desenvolvimento normal era necessário o desenvolvimento de seis funções básicas: três motoras (mobilidade, linguagem e capacidade manual) e três sensoriais (capacidade visual, auditiva e tátil). Estas são funções cerebrais e passam por sete níveis de desenvolvimento distintos.
A partir da observação da escala de evolução das espécies em cada função, foi possível ver que cada animal possui uma determinada estrutura cerebral que lhes permite desempenhar essas funções até um determinado nível. Conforme os animais cresciam na escala de evolução, cresciam, também, as funções humanas até o ponto onde se diferem as funções puramente humanas: as funções corticais (início cognição).
Avaliando todas as funções cerebrais em seus diferentes níveis, comparado com as faixas etárias onde se encontram, obtém-se o nível do desenvolvimento humano (idade neurológica) de cada uma destas funções.
É aí que os estímulos são direcionados. Verificar em cada criança onde houve a interrupção do desenvolvimento e oferecer os estímulos específicos para que este desenvolvimento possa ocorrer, alcançando cada um destes estágios do desenvolvimento humano.
Como uma área estimulada ajuda o desenvolvimento das outras áreas, os estímulos do programa são feitos nas 5 áreas sensoriais, além de estímulos motores, vestibulares e cognitivos.