Hoje é o dia do Autismo, TEA. Já escureceu e eu ainda não consegui colocar meus sentimentos nesta postagem, pois ainda tem muito emoção misturada.
Quando meu filho nasceu, eu estava chegando em Paris (em referência a um vídeo circulando na internet que fala que no autismo, os pais compram uma viagem para Paris e chegam na África).
Bom, eu cheguei em Paris, eu achava meu filho lindo, as amigas falavam do quanto ele era “perfeitinho”. A vida em Paris era maravilhosa, amigos conosco em Paris, e também familiares.
De repente fomos abduzidos e quando nos demos conta, estávamos na Antártida, parecia que um tornado havia nos raptado e deixado neste continente gelado. Em poucas horas, meu filho desapareceu, para nunca mais voltar. Neste momento lutávamos pela vida dele, que parecia sumir por entre meus dedos.
Após o risco de morte ser afastado, já em início de recuperação, um famoso neurologista sentenciou: “nunca vai falar, nem ler, nem escrever “.
Acabou. Familiares não o queriam por perto, avós falavam que estavam muito ocupadas, tios desapareceram, e aos poucos os amigos também…
Eu o levava a várias terapias, mas os progressos não vinham…
Até que depois de 6 anos e meio morando na Antártida, resolvi eu mesma colocar mãos a obra e estimular meu filho. Foi a melhor coisa que fiz na vida, agora eu e ele dormíamos exaustos pelas atividades realizadas, o que era muito melhor do que passar as noites em claro com ele agitado sem dormir e eu sem saber o que seria do futuro dele. Dou graças à Deus todos os dias, por esta minha escolha, e pelas gigantescas pequenas vitórias que vieram de nosso esforço!
Tivemos vários progressos, talvez tenhamos alcançado a Patagônia, mas os avós e tios já partiram… A vida na Antártida e na Patagônia ainda é muito solitária. Eu gostaria muito que em 1995 já existisse este dia de conscientização. Talvez fosse mais fácil para os familiares, amigos e para nós.
Ele tem 23 anos hoje (2019), terminou o fundamental, navega muito bem na internet no computador, lê, digita buscas, ajuda em casa, com as compras, arruma a despensa, mas é muito menos do que sonhei para ele. As crises praticamente acabaram, assim como seletividade alimentar e noites em claro ficaram no passado. Frequentamos todos os lugares públicos com ele, desde praças, clube, cinema, shopping, corrida de rua, etc…
Fazemos o programa de organização neurológica há 17 anos, dieta há 3 anos e meio, iniciando o detox homeopático, e retomando o tratamento com óleos essenciais.
Eu amo muito meu filho, como ele é carinhoso, amoroso, compreensivo, solícito, colaborativo, cuidadoso, não existem adjetivos suficientes para expressar o amor, carinho e a admiração que tenho por ele assim como amo meu filho típico.
Mas a vida na Patagônia é como na Antártida, fria e agreste, me perdoem, mas ainda não consigo comemorar este dia.
Gostou de meu desabafo? Me mande um email, mesmo que não tenha gostado ou comente abaixo.
[contact-form][contact-field label=”Name” type=”name” required=”1″ /][contact-field label=”Email” type=”email” required=”1″ /][contact-field label=”Website” type=”url” /][contact-field label=”Comment” type=”textarea” required=”1″ /][/contact-form]
Uma resposta para “Dia do Autismo”
Os comentários estão desativados.