Autismo e fala: como ajudei a desenvolver a fala

mulher segurando livro para uma criança que está lendo

Como eu ajudei a desenvolver a fala do meu filho com autismo, através de atividades feitas em casa. Sim, este texto foi escrito por uma mãe, que tinha um filho autista não verbal até os 6 anos e maio, mas que descobriu e usou os recursos da Organização Neurológica para fazer o desenvolvimento de sua criança acontecer.

A fala é um processo muito mais complexo e sofisticado do que a simples emissão de um som. A grande maioria dos bebês nasce já emitindo um som ao nascer que evolui para o choro. Contudo, se estes sinais de comunicação não estiverem presentes, é urgente uma consulta a um profissional de saúde.

A comunicação do bebê

Deste choro inicial, choros diferentes vão se diferenciando, como choro de fome, choro de frio, choro de calor, choro de fralda molhada ou suja, e cada mãe logo começa a perceber a diferença entre estes sons. Quem nunca ouviu uma mãe dizer “Isso é choro de fome!”?

Isso já é desenvolvimento de linguagem do bebê, e sim, ficamos orgulhosas quando isso ocorre! Para o bebê, alcançar este desenvolvimento é a certeza de ser atendido mais rapidamente.

Pelo entendimento da Organização Neurológica, se o bebê é capaz de emitir 2 sons distintos usados em situações diferentes para expressar coisas diferentes, este bebê é capaz de se comunicar e desenvolver esta comunicação, sim!!!

Evoluindo a comunicação com a idade

Com o passar do tempo, o bebê vai aumentando as variações da forma de se expressar, reduzindo o choro e substituindo por novos sons. Enquanto isso vai aumentando com o passar do tempo isso é um ótimo sinal.

Mas cada criança se desenvolve em seu próprio tempo, então, do nosso ponto de vista, se a criança não alcançou a habilidade de se comunicar como crianças de sua idade, é momento de estimular de uma forma mais consistente a criança. Quanto mais cedo isso for feito, maiores as chances de sucesso no desenvolvimento da comunicação da criança.

Hoje, felizmente muitos profissionais já reconhecem a importância da intervenção precoce, e isto cada vez mais se mostra valioso para a criança e a família.

Na época que meu filho era pequeno, isso ainda não era discutido. O que mais eu ouvi foi, “cada criança tem seu tempo, vamos aguardar o tempo dele”. Isso me custou a oportunidade de ajudar a desenvolver a fala na época em que o cérebro tem sua melhor janela de oportunidade para o desenvolvimento. Hoje eu vejo que o quanto ante se começar a estimulação com maior frequência, maior intensidade, e uma duração reduzida, maior e mais rápido acontece o desenvolvimento da fala da criança.

Autismo e a fala de meu filho

Com meu filho foi assim. Ele já estava com 6 anos e meio e já tinha passado por 5 fonoaudiólogos por períodos diferentes, além de uma especialista em quirofonética da antroposofia. Mesmo assim ele não produzia sons que pudessem ser trabalhados para o desenvolvimento da fala segundo estes especialistas.

Então em minhas buscas pela internet, eu conheci os trabalhos de Glenn Doman, devorei os livros em poucas horas: “O que fazer pela criança“, e “Como ensinar seu bebê a ler”. Glenn Doman foi o fundador do IAHP de Philadelphia e seus trabalhos deram origem a diversos métodos de estimulação baseados em suas observações e trabalhos desenvolvidos. Dentre os métodos se destacam o próprio Método Doman, o Método Véras, Método Filadélfia, Método Padovan, dentre outros.

Estimulando consistentemente a fala, o segredo de como eu ajudei a desenvolver a fala do meu filho com autismo

Então, meu filho não falava até os 6 anos e meio. Como eu ajudei o desenvolvimento da fala: Com base nos ensinamentos do livro “Como ensinar seu bebê a ler”, eu fiz algumas dezenas de cartões de palavras, e comecei a apresentar para ele como explicado nesta postagem aqui: https://neuroganho.com.br/blog/2019/01/11/como-ensinar-seu-bebe-a-ler-sobre-o-livro-de-glenn-doman-etapa-1-palavras-simples/

Eram sessões repetidas 3 vezes ao logo do dia, com 5 palavras em cada sessão. Comecei com um conjunto de palavras, depois adicionei outro e mais outro, ficando com 3 conjuntos ou categorias de palavras. Com 2 meses de estimulação feita por mim, em casa, começou a repetir baixinho as palavras que eu estava apresentando para ele. Apresentando palavras, como assim Ana? Eu estava apresentando as palavras em um dos programas para a estimulação da fala: o programa de leitura. Qual o segredo deste resultado? Um programa apresentado de forma consistente ( frequência intensidade e duração adequadas)!

Assim, apresentando palavras com alegria elogiando a cada término de sessão, foi como eu consegui estimular a desenvolver a fala do meu filho com autismo.

Eu não estou sozinha! Mães ajudam a desenvolver a fala

Já vi isso acontecer com muitas mães e posso dizer que acontece com muito maior frequência do que as pessoas podem imaginar. Assim como eu ajudei a desenvolver a fala de meu filho autista, conheci muitas mães que também conseguiram estes resultados com seus filhos com autismo, com síndrome de Down, e até com paralisia cerebral.

Faça como nós! Apresente as palavras para sua criança como se entregasse a ela um presente, sem cobrar. Elogie muito a cada apresentação, pois isso fortalece o prazer em cada sessão de leitura. Fortalece o vínculo entre vocês. A alegria na apresentação do programa é a chave do aprendizado.

O tempo de estimulação para que cada criança comece a produzir o que chamamos de sons significativos varia de criança para criança, depende de suas condições físicas. Se ela toma ou não medicações que interferem no funcionamento do cérebro, depende de sua condição de saúde, inflamação, alergia, intoxicação. Todas as comorbidades podem estar associadas à estas condições e complicando os quadros de autismo.

Apenas gostaria de acrescentar que os períodos em que os ganhos podem ser notados são períodos que geralmente variam em múltiplos de 3 meses, pois estes ciclos de maturação e organização neurológica ocorrem respeitando os princípios da neurogênese que costumam variar de 8 a 12 semanas a cada ciclo.

Mas nunca vi uma mãe que se dedicou por tempo o suficiente se arrepender.

Não!!! O que acontece é justamente o contrário: mães empolgadas e felizes, querendo fazer mais e mais para ajudar a acontecer o que deveria acontecer: o desenvolvimento de sua criança. Sim, assim como eu ajudei a desenvolver a fala do meu filho autista, eu como elas também queria fazer mais por meu filho.

Fala e alfabetização

Também vemos crianças autistas que falam, mas que tem dificuldade de alfabetização pelos métodos tradicionais. Crianças que podem até ter recebido o diagnóstico de deficiência intelectual começarem devagarinho com o programa de leitura e então se tornarem leitores.

Gostaria de comentar aqui que esta leitura vai acontecer de acordo com a oportunidade que a criança teve de ter aceso às palavras. Se ela pode conhecer por volta de 5 palavras, é considerado sucesso se ela ler estas palavras. Se ela teve oportunidade de conhecer 50 palavras, ela deve ser capaz de ler estas palavras após o ciclo de estimulação de cada palavra.

Muitos críticos ao método dizem que a criança não foi alfabetizado porque se ela foi apresentada à palavra espelho então deveria ser capaz de ler espelhamento por exemplo. Isso vai acontecer mais à frente, depois que a criança tiver tido acesso a um maior número de palavras de forma que ela mesma possa ser capaz de fazer estas deduções.

Neste poste aqui eu explico com mais detalhes a fase 1 do programa de leitura: como ensinar palavras simples: https://neuroganho.com.br/blog/2019/01/11/como-ensinar-seu-bebe-a-ler-sobre-o-livro-de-glenn-doman-etapa-1-palavras-simples/

O desenvolvimento da escrita

A escrita é uma função motora que necessita de desenvolvimento de coordenação motora fina, e oportunidades para este desenvolvimento. Então nada de achar que porque uma criança consegue ler algumas palavras, ela vai conseguir escrever-las. Isso é injusto. Antes de conseguir escrever ela precisa desenvolver oposição cortical, ou seja, a capacidade de pegar objetos usando o polegar. Precisa desenvolver o movimento de pinça, o uso de tesoura, e para isso as atividades de tato e jogos com tampinhas, moedas, argolas todos são muito importantes antes de se colocar um lápis nas mãos da criança.

Aquela premissa: “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa” é muito verdadeira neste caso.

Da mesma forma não se deve cobrar de uma criança que está lendo palavras, a capacidade de escrevê-las.

Consegui explicar minha experiência para vocês? Por favor comentem abaixo o que acharam e se tiveram alguma dúvida ou quiserem esclarecimento em algum ponto, solicite nos comentários que terei maior prazer de aprofundar.

Se desejar ajuda com a estimulação de sua criança através do programa de Leitura, então conheça a solução da Neuroganho, que criou uma ferramenta para transformar esta estimulação de sua criança em uma experiência lúdica e divertida.

Neuroganho tem ferramentas prontas para você começar ja!

E tem mais! Se você quiser mais recursos e ferramentas para ajudar a fazer o desenvolvimento de sua criança acontecer, tenha ela um desenvolvimento atípico ou um desenvolvimento típico, conheça o Caminho da Organização Neurológica, são muitas estratégias para fazer o desenvolvimento das crianças acontecer de uma forma eficiente, lúdica e divertida, que passa pelo ambiente de sua casa, a alimentação, e muitas formas de estimular o desenvolvimento e dar oportunidades para que o desenvolvimento aconteça!

Além destes estímulos, conheça os cuidados e formas eficientes de estabelecer uma comunicação de sucesso com sua criança! Conheça também como levá-la a obter um crescimento social eficiente, de forma que ela possa entender os ambientes e se comportar adequadamente.

Quer saber mais, como eu ajudei o meu filho com autismo a desenvolver a fala? Eu explico isso com mais detalhes na postagem abaixo, e te convido a conhecer o Caminho da Organização Neurológica:

Em tempo: Os Institutos Véras citado nesta postagem tiveram uma reestruturação da diretoria, do corpo de profissionais com alteração de linha terapêutica e não trabalham mais com o Método Doman / Véras.

Uma resposta para “Autismo e fala: como ajudei a desenvolver a fala”

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